Em uma briga os dois lados saem perdendo, a dor é mútua, ninguém sai dela bem ou pelo menos não era para sair, no fundo arde como fogo que não se abranda que só aumenta, que depois de um tempo faz calar, mas continua ali, firme e forte esperando sua vez de explodir e descontar todas as suas dores de uma vez só e em uma só pessoa que muitas vezes nada tem a ver.
Comigo não é diferente sofro profundamente desse mal, não consigo pensar e calar a boca, sempre preciso dizer, é como erupção de um vulcão adormecido, por fim discuto jogo toda a emoção para fora, mas certas palavras guardo.
Nunca me perguntam da minha dor, só me culpam pelas suas dores, e as minhas? O perdão pedido nem sempre é o meu mas a dor é sempre do outro, e as lágrimas que secretamente despejei? Bom com o tempo aprendi a guarda-las comigo, tentando perdoar e esquecer, muitas vezes consigo, e com elas faço energia para minhas revoluções.
Ninguém sabe mais da minha dor e dos meus sentimentos quanto eu, eu julgo, sou julgada, eu perdoou, sou perdoada, nada vai mudar é um ciclo vicioso, é como uma montanha russa, por mais que mudemos esse comportamento as brigas, as desculpas, o perdão, as dores, as lágrimas tudo vai sempre estar lá, acho que não sabemos viver sem elas.
Todo mundo coleciona algo eu como muitos coleciono lágrimas e rancores, os transformo em combustível para minhas lutas, e eu vou sobrevivendo e juntando lágrimas, eu vou fingindo que nada aconteceu, e vou perdoando, e vou me lamentando, e vou sonhando.
Essa é a vida, essas são suas implicações sobre nós, nossos medos, dúvidas e receios. Nada que mude vai mudar, nada que é de fora sabe mais do que é de dentro. Só se ama o que se conhece! E mesmo quem discorda sabe, que só dentro de nós é que guardamos nossas coleções, e que por estar dentro de cada um de nós amamos e guardamos pois conhecemos e por tudo isso nossas reações e comportamentos são reflexos dessas emoções guardadas, e que por elas somos quem somos.
Sabrina Ortega Ferreira